Identidades partidárias em Mato Grosso (1945-2002)

Resumo

Este artigo aborda a continuidade das identidades partidárias ao longo da segunda metade século XX e início do século XXI. O sistema partidário vigorou entre 1946 e 1965, cujos grandes partidos foram PSD, UDN e PTB, acabou sendo congelado após a implantação do bipartidarismo. A Aliança Renovadora Nacional (Arena) internalizou a disputa PSD-UDN, com os grupos de outrora vinculando-se às sublegendas (Arena I e Arena II). Já o PTB manteve uma forte identidade do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Os principais episódios em que as identidades pessedistas e udenistas foram reavivados no bipartidarismo foram a fundação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a eleição de 1978. Após a criação de Mato Grosso do Sul em 1979, as identidades arenistas e emedebistas foram conservadas por um bom tempo, ao lado daquelas que vinham do período do multipartidarismo. Alguns episódios importantes foram a extinção do Partido Popular (PP) e sua posterior incorporação pelo PMDB, com as tensões daí resultantes, como na disputa de 1985 entre Dante de Oliveira e Rodrigues Palma; na filiação ao PMDB de egressos do PDS, como Agripino Bonilha Filho, candidato a Governador em 1990; e na reafirmação da tradição pessedista nas eleições de 2002 com Jonas Pinheiro.